Estacas, kilts e água benta — Andrew Meyers está prestes a começar a melhor fase de sua vida!
Radney está cansado de ser o esquisito do clã. Ele tinha seus motivos para ser do jeito que era, e deixou esses motivos governarem sua vida por séculos. Outro erro — quase machucar um humano que ele foi enviado para verificar — fez Radney começar uma missão para melhorar a si mesmo. Ele vai superar seus problemas e ser o melhor vampiro de todos os tempos!
Talvez.
Andrew Meyers tem um trabalho de conclusão de curso infernal para escrever. E precisa ser original e intrigante. O que poderia ser melhor do que pessoas com fetiche por vampiros?
Mas quando esse fetiche acaba por ser o que ele tem, por um vampiro neurótico muito sexy e vestindo um kilt, a situação muda. Andrew não está preparado para descobrir que os vampiros são reais, mas ele descobre de qualquer maneira. Com a ajuda de seu irmão gêmeo, Erin, ele pode ser capaz de ter um final feliz — ou um começo extático — para ele e seu vampiro vestindo um kilt extremamente excitante. Se ele for cuidadoso e paciente, ele pode até encontrar o vampiro para ele.
General Release Date: 29th March 2022
— Eu não sou louco! — Radney bateu o pé direito para dar ênfase. — E se alguém deve estar em apuros, deve ser Tony, já que foi ele quem me enviou atrás daquele humano gorducho! — Pisada!
— Radney Darrow, se você bater o pé mais uma vez, juro que vou jogar você por cima do meu joelho e bater na sua bunda. — Ao contrário de Radney, Claude falava com calma, como se estivesse falando sobre o tempo.
Foi totalmente assustador. Radney fechou a boca, mas olhou feio e cruzou os braços sobre o peito.
Como líder do clã, Claude poderia fazer o que quisesse com Radney. Uma surra soava particularmente humilhante.
— Vampiros não deveriam ser punidos como crianças pequenas seriam — ele resmungou, a irritação ganhando dele.
— Bem — Claude falou lentamente — se você insistir em agir como uma criança, não hesitarei em tratá-lo como uma.
Radney fez beicinho.
Claude revirou os olhos. — Tony já foi repreendido por mandar você atrás de Augustin. O que você estava pensando, para aterrorizar o humano assim?
Empolgado com a chance de explicar, Radney respondeu com entusiasmo: — Eu estava pensando que o assustaria para ele nunca mais falar em vampiros. E que talvez ele tivesse um gosto suntuoso. Afinal de contas, ele é bem gordo, como um bom ganso de pelúcia. Quer dizer, sim, não gosto de morder as pessoas, mas estava com muita, muita fome. — Ele estalou os lábios, com água na boca. — E também, não consegui me alimentar antes de Tony me enviar.
— Você sabe onde seu suprimento de sangue é mantido — disse Claude.
— Mas estava velho — Radney se queixou. Pelo menos ele se absteve de choramingar. — Paolo trouxe para mim o que o local de doação de sangue jogou fora. Estava nojento.
Claude se levantou. — Estava? Vou verificar e se você não estiver mentindo, vou ter uma conversa com o Paolo. Se você apenas bebesse regularmente, não acabaria nessas situações.
Se por situações, Claude quis dizer que Radney não morreria de fome até que ele quase enlouquecesse por causa da sede de sangue, ele provavelmente estava certo.
— Eu não gosto de morder humanos — Radney repetiu. A única maneira que ele conseguia era se ele estivesse louco de fome. — Eles gritam.
— Já falamos disso muitas vezes. Eles não gritam. Não se você fizer isso direito. — Claude puxou os punhos da camisa. Sempre imaculadamente vestido, Claude nunca era visto em nada além de um de seus caros ternos feitos sob medida.
— Talvez você devesse surrar quem decidiu que era uma boa ideia criar um site de namoro de vampiros para atrair humanos — Radney sugeriu. — Quer dizer, eu entendo que vocês gostam de namorar o tempo todo, mas…
— Vocês? — Claude disse naquela voz calma e assustadora novamente.
Radney sabia que tinha estragado tudo. — Sim, quero dizer homens gays. Todo mundo sabe que eles gostam de, hum, brincar muito. — Os deuses sabiam que Radney tinha visto o quão excitado seu senhor, Beiste, era. Embora, para ser justo, Beiste fodia com homens e mulheres, e provavelmente coisas que Radney não queria saber, então ele não deveria ter estereotipado ninguém. — Ouvi dizer que é assim que é ser gay hoje em dia.
— E me diga, Radney, você me vê trazendo uma fila de jovens gostosos para foder todas as noites? — Claude estreitou os olhos. — Não, você não vê. Estou farto da sua intolerância.
— O quê? — Radney balançou a cabeça. — Eu não sou intolerante! Li aquele livro na biblioteca, aquele que Chelsea me deu sobre homossexualidade no século vinte. Se eu fosse intolerante, por que leria isso? — Além disso, havia coisas em seu passado, embora ele tivesse tido pouco controle sobre elas. Mesmo assim.
— Deus — Claude gemeu. — Chelsea deu a você um livro sobre homossexualidade? Por quê? E ainda mais importante, por que você o aceitou e leu?
Radney estava começando a suspeitar que ele havia sido feito de bobo por Chelsea. — Uh. Ela me disse que se eu não lesse, ela me empalaria no meu caixão enquanto eu dormia?
— Ela disse isso mesmo? — Claude perguntou.
Parecia melhor do que a verdade, mas Radney não conseguia contar uma mentira para Claude. — Er, não. Mas ela disse que eu acordaria careca se não me educasse, e me entregou aquele livro. — Ela também foi quem insistiu que estava tudo bem para ele contar uma certa piada que, em retrospecto, ele podia ver claramente que era inadequada. — Às vezes sou ingênuo.
— Estou ciente — reconheceu Claude. — Descreva a capa do livro para mim.
— Era aquele com a foto de uma Bíblia e um velho feio nela — disse Radney. — Feio a ponto de acabar com uma ereção.
— Esse livro foi escrito pelo apresentador de um talk show conservador que odeia tudo e todos que não são um homem velho, branco e rico — explicou Claude.
— Oh. — Radney considerou essa informação por um momento. — Bem, se isso ajuda, eu não passei do terceiro capítulo, mas não conte a Chelsea.
— Irei contar algumas coisas para Chelsea — Claude assegurou. — Pode ser do seu interesse tirar umas pequenas férias. Farei com que Paolo lhe forneça sangue fresco em breve.
— Serei punido? — Porque não parecia que ele estava sendo punido, o que era um alívio.
— Não, embora da próxima vez que você fizer algo tão estúpido como aterrorizar um humano, eu vou enterrá-lo por um século. — Claude foi até a porta.
— E Tony? — Radney se atreveu a perguntar. Tony era o vampiro favorito de Claude, aquele que ele estava treinando para assumir o comando do clã. Radney estava mais do que um pouco ciumento sobre isso, embora não devesse estar. Claude não era seu senhor, afinal, apenas seu líder.
— Já lidei com Tony. Ele pode cuidar do humano, Augustin. — Claude abriu a porta e sorriu levemente. — E, aliás? Eu não aconselharia zombar de Augustin por causa de seu peso, ou citar qualquer merda ridícula que você leu naquele livro. Augustin me parece o tipo de homem que se vingará de cada insulto.
— Vingança? — Radney deu uma risadinha. — O que ele vai fazer? Ele é apenas um humano.
A expressão desdenhosa de Claude quase esmagou Radney. — Não seja um tolo maior do que você já foi esta noite, Radney. Ser humano não significa ser fraco.
Radney odiava decepcionar Claude. — Sim, senhor. — Ele balançou a cabeça, já pensando em maneiras de mostrar a Claude que ele não era um total perdedor.
E ele não é intolerante! Radney estava apenas brincando daquela vez, repetindo algo que Chelsea havia dito a ele. Ele riu com ela, e ela o encorajou a compartilhar a piada. Ele estava realmente começando a odiá-la.
Deuses, ele não ia querer viver no clã se fosse intolerante! A piada foi tão ruim assim? Ou o problema é que eles não tinham senso de humor e educação sobre comédia?
Os comediantes sempre forçam os níveis de conforto das pessoas. Bem, os comediantes mais famosos fazem isso. Não que eu queira ser um comediante, mas seria ótimo fazer uma piada sem que todo mundo ficasse irritado. Jeeee-sus!
— Eu faço piadas sobre todo mundo — Radney reclamou quando começou a sair da sala.
— Ninguém acha que suas piadas são engraçadas — Claude retrucou. — Elas são rudes e ofensivas. Você é mais o valentão da turma do que o palhaço da turma.
Isso doeu o suficiente para que Radney realmente se encolhesse. — Eu não sou um valentão! — ele disse, então se transformou em um morcego e voou para longe o mais rápido possível.